sábado, 4 de maio de 2013

APRESENTAÇÃO


“Batuque Apimentado” foi uma reportagem escrita por Marcos Alvito, professor da UFF, na edição de novembro de 2009 da Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN).

Tal reportagem analisou as letras de João da Baiana, compositor do início do século XX. Além das letras do artista, foi destacado parte do contexto histórico da 1ª República, período no qual foram compostas as letras e também motivação social e política do compositor e intérprete. Em especial, a questão da pobreza, dos subúrbios e dos costumes afro-brasileiros tem privilégio na reportagem citada.

Abaixo, letra e aúdio de “Batuque na cozinha”, principal composição analisada na reportagem:
Não moro em casa de cômodo
Não é por ter medo não
Na cozinha muita gente
Sempre dá em alteração

Mas o batuque na cozinha sinhá não quer
Por causa do batuque eu quebrei meu pé

Então não pula na cumbuca,
Não espanta churrasco
Se o branco tem ciúme que dirá o mulato

Eu fui na cozinha pra vê uma cebola
E o branco com ciúme de uma tal criola.

Deixei a cebola, peguei na batata
E o branco com ciúme de uma tal mulata

Peguei no balaio pra medir a farinha
E o branco com ciúme de uma tal branquinha

Então não pula na cumbuca,
Não espanta churrasco
 

Se o branco tem ciúme que dirá o mulato
Voltei na cozinha pra tomar café
Malandro ta de olho na minha mulher

Mas comigo eu apelei para a desarmonia
E fomos direto para a delegacia

Seu comissário foi dizendo com altivez
È da casa de cômodo da tal Inês

Revista os dois bota no xadrez
Malandro comigo não tem vez


Mas o batuque na cozinha sinhá não quer
Por causa do batuque eu quebrei meu pé

Mas Seu comissário estou com a razão
Eu não moro na casa de habitação

Eu fui apanhar meu violão,
Que tava empenhado com Salomão

Eu pago a fiança com satisfação,
Mas não me bota no xadrez com esse malandrão

Que faltou com respeito ao cidadão
Que é Paraíba do Norte Maranhão




 Por todo contexto envolvendo  as letras de João da Baiana, os estudantes da turma 3C do CEEPRO Visconde de São Leopoldo desenvolveram uma série de resenhas sobre a letra e a reportagem da RHBN. Tais resenhas estão postadas na sequência.  Boa leitura.

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